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Shinobi traz ação implacável com elementos de metroidvania

A saga já teve sua cota de fãs com uma ação 2D de alta dificuldade e alguns dos momentos mais loucos da história dos videogames.

Um novo jogo na série Shinobi não estava no meu bingo para 2025, mas aconteceu. E que bom que aconteceu!

A saga provavelmente não é a mais lembrada do Mega Drive, porém teve sua cota de fãs com uma ação 2D de alta dificuldade e alguns dos momentos mais loucos da história dos videogames.

O primeiro game, Shinobi, data de 1987, mas foi Revenge of Shinobi, de 1989, que popularizou a saga do ninja moderno Joe Musashi. O último jogo da franquia foi Shinobi 3D, para Nintendo 3DS, em 2011.

Retornando agora com Shinobi: Art of Vengeance, o jogo assume características de metroidvania sem ser um metroidvania puro-sangue. Ele foi desenvolvido pelo estúdio Lizardcube, o mesmo que foi responsável por outro revival, o Streets of Rage 4.

Se no beat-em-up da Sega o estúdio já fez um bom trabalho, aqui o resultado é ainda melhor. Shinobi é um dos jogos mais divertidos do ano, trazendo um combate estiloso e desafiador contra vários inimigos ao mesmo tempo e boas batalhas contra chefes.

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Shinobi é metroidvania?

Um dos acertos do game foi a jogabilidade, que incorpora elementos metroidvania. Ele ainda é um jogo de ação side-scrolling, mas traz momentos de pular em plataformas e de exploração de cenários com vários níveis.

A mudança traz uma grande evolução na gameplay. Isso porque se na série original o jogador era desafiado a apenas passar de fase, aqui mesmo depois de bater algum nível ele terá incentivo para voltar e tentar fazer 100% no cenário.

Foram introduzidos elementos como as ‘relíquias dos Oboro’, que o jogador precisa encontrar para desbloquear novas habilidades na loja yokai. Ou seja, há uma progressão de habilidades mais interessante, que estimula a exploração e busca por áreas secretas.

Além disso, há também desafios como os confrontos contra forças de elite da ENE Corp (os vilões da história). Ao vencer todos esses combates opcionais, o jogador é recompensado com melhorias como kunais explosivas e outros itens.

Sinopse

Shinobi passa bem longe de ser um jogo focado em narrativa. No entanto, a nova versão melhora bastante a proto-história da saga original.

Aqui controlamos o ninja moderno Joe Musashi, mestre do clã Oboro, que se torna a única esperança da humanidade contra a organização paramilitar ENE Corp. Controlada pelo vilão Lord Ruse, a empresa bélica passa por cima de tudo e de todos para dominar o mundo com guerras sem fim.

Retomando o tema da vingança, que predominava nos jogos originais, aqui o game começa com a ENE Corp atacando e massacrando o clã Oboro. Musashi, então, parte em busca de vingança e tenta salvar o mundo das garras de Ruse.

Além da esposa de Musashi, Naoko (que já aparecia nos games antigos), o jogo ainda traz como personagens importantes a sua discípula, Tomoe, e o cachorro gigante Yamato.

Ambientação

Um dos motivos por que a saga Shinobi é famosa é por sua ambientação única. Joe Musashi não é um ninja no Japão medieval: ele luta com espadas e kunais em um mundo high tech de ficção científica.

No exército da ENE Corp você vai enfrentar desde outros ninjas a pistoleiros, mechas, zumbis e até cérebros ambulantes que lembram a saga Metroid. E não, isso não foi introduzido no jogo novo, essa ambientação maluca já existia nos clássicos.

As lutas contra chefes de Revenge of Shinobi, por exemplo, eram o pesadelo dos advogados de direitos autorais. Você enfrentava de samurais e monstros originais a versões genéricas suspeitas de personagens da cultura pop, como o Exterminador do Futuro, Godzilla e até o Homem-Aranha e o Batman (algo que deu problema para a Sega na época).

No novo game você não vai enfrentar genéricos da Marvel e da DC, mas espere criaturas que parecem ter saído de um conto de Lovecraft e até mechas. Muitas fases têm robôs gigantescos no fundo, enquanto você luta contra arqueiras mágicas, ninjas e soldados bombados.

E ao que indicam as informações, inimigos e personagens do Sonic vão dar as caras em uma futura DLC.

Dificuldade

Mesmo jogando no modo normal, eu morri muitas vezes em Shinobi: Art of Vengeance. O combate é desafiador, com inimigos que precisam de estratégias específicas para serem derrotados.

Há verdadeiros homens-tanque blindados que você precisará dar um soco concentrado (segurando o X no Nintendo Switch) para quebrar a postura deles ou atacar de longe. Há também ninjas espadachins especialistas em te dar parry. E há inimigos que atiram à distância.

Ou seja, não é só ficar apertando o mesmo botão para vencer. O jogo exige adaptabilidade e te ajuda a criar isso com uma série de habilidades diferentes que o seu personagem pode ter.

Saltar, golpear com ataques fracos e rápidos ou fortes e pesados, além dos especiais (nipos), finalizações e a possibilidade de transformar tudo isso num combo. Joe Musashi é um personagem extremamente forte e ágil, então você vai se sentir invencível quando tiver dominado todas as mecânicas (até algum inimigo que novo te lembrar que não é).

As partes de plataforma também exigem quebrar um pouco a cabeça para passar.

O único problema para mim foi lembrar de todos os comandos dos especiais quando precisei usá-los e alguns casos de queda de frames brusca, algo que pode estar ligado ao Nintendo Switch também.

Conclusão

Shinobi: Art of Vengeance é um jogaço. Talvez a jogabilidade um pouco limitada de um side-scroller afaste audiências acostumadas a fazer mil coisas diferentes em um game, mas dentro da proposta é um jogaço.

A arte estilizada 2D é bem bonita também, algo que pode atrair os jogadores acostumados a jogos indies do mesmo estilo.

Melhor e pior em Shinobi

PrósContras
Ação divertida.Repetição pode afastar alguns jogadores.
Dificuldade desafiadora.Queda de frame no Nintendo Switch.
Estilo de arte muito bonito.Jogo pouco ambicioso em escopo.
Ambientação única.

Repórter do Gameshub, sou formado em jornalismo pela USP e também escrevo para o 99Bitcoins. Minha vida gamer começou com um Atari e passou por um Mega Drive e todas as gerações do Playstation. Fã nº 1 do Hideo Kojima e entusiasta de RPGs.