De vez em quando, surge um jogo que nos faz sentir como um cobertor quentinho e uma xícara de chá num dia chuvoso. The Lonesome Guild é um destes jogos.
O título é um novo RPG de ação da desenvolvedora Tiny Bull Studios.
Ele é uma aventura emocionante e aconchegante, com um adorável estilo artístico que lembra um livro de histórias e uma mensagem sobre amizade que é impossível não amar.
Infelizmente, também é um título no qual a jogabilidade, no dia a dia, muitas vezes não consegue acompanhar a qualidade da sua apresentação.
The Lonesome Guild: a história da guilda solitária
A história coloca você na pele incorpórea de Ghost, um espírito amnésico que desperta e encontra o mundo de Etere sendo consumido por uma névoa vermelha de ‘Solidão’.
Essa névoa infecta as pessoas com medo e ansiedade, isolando-as umas das outras.
Sua missão é reunir um grupo de seis personagens peculiares e adoráveis, com aparência de animais, de um inventor coelho-morcego a uma capivara punk-rock, e formar uma guilda para combater a escuridão.
A história é sincera e seus temas de conexão e comunidade são genuinamente tocantes, mesmo que o enredo em si seja um pouco previsível.
Além disso, o diálogo pode parecer um pouco infantil em alguns momentos.
A grande ideia do jogo é conectar tudo ao tema da amizade.
A principal maneira de ficar mais forte não é apenas subindo de nível, mas sim construindo relacionamentos com os membros do seu grupo.
Nas fogueiras, você terá conversas e fará escolhas de diálogo que aprofundarão seus laços, o que, por sua vez, desbloqueia novas habilidades na árvore de habilidades de cada personagem.
É um conceito fantástico que faz você se sentir envolvido com sua equipe.
Na prática, porém, o sistema parece um pouco incompleto, já que você ganha pontos de relacionamento apenas por completar missões.
O que faz com que as escolhas de diálogo pareçam menos importantes do que deveriam.
Jogabilidade de The Lonesome Guild

Essa sensação de ‘ótima ideia, execução mais ou menos’ infelizmente se estende ao restante da jogabilidade.
O combate permite controlar um grupo de três personagens, e você pode alternar entre eles a qualquer momento.
Há golpes em equipe com visuais impressionantes e poderes especiais que visam incentivar lutas estratégicas e cooperativas.
O problema é que os controles simplesmente não são bons. A movimentação é pesada e esquivar-se dos ataques parece imprevisível, quase como se você estivesse lutando debaixo d’água.
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Muitas vezes, a jogabilidade parece lenta quando deveria ser rápida e emocionante.
A maioria das lutas, mesmo contra chefes, se resume a apertar o botão de ataque freneticamente e torcer para que a esquiva funcione dessa vez.
Os quebra-cabeças seguem um padrão semelhante.
Todos eles são construídos em torno do uso da sua equipe para puxar alavancas ou pisar em interruptores ao mesmo tempo.
O que é uma maneira interessante de reforçar o tema do trabalho em equipe.
Mas eles também são incrivelmente simples e raramente oferecem um desafio real.
São uma distração agradável, mas não vão satisfazer a sede por quebra-cabeças de nenhum fã de jogos de raciocínio mais exigente.
Apresentação é ponto forte
Onde o jogo realmente brilha, sem dúvida, é na sua apresentação.
O mundo de Etere é deslumbrante, com um estilo artístico vibrante, colorido e em cel-shading que parece um livro de histórias infantis que ganhou vida.
Além disso, o design dos personagens é adorável e expressivo, e a música cria a atmosfera perfeita para cada floresta, caverna e cidade que você explora.
É uma pena, então, que o explorar possa ser um incômodo, já que não há um mapa adequado acessível a qualquer momento, o que leva a muitas andanças sem rumo.
The Lonesome Guild é um jogo que eu queria amar incondicionalmente.
É evidente que ele tem boas intenções, e é fácil se apaixonar por seu mundo e personagens encantadores.
Mas o combate desajeitado e a jogabilidade superficial o impedem de se tornar um verdadeiro clássico.
É a definição de um jogo que é mais do que a soma de suas partes, mas apenas se você estiver disposto a ignorar algumas falhas significativas nessas partes.
Análise de The Lonesome Guild – Veredito
The Lonesome Guild é uma joia imperfeita com um coração imenso.
Sua história sincera, belo estilo artístico e atmosfera aconchegante fazem dele uma jornada que vale a pena para jogadores que priorizam narrativa e temas em vez de mecânicas profundas e refinadas.
No entanto, aqueles que buscam um RPG de ação desafiador e responsivo provavelmente ficarão frustrados com seu combate lento e design simplista.
É um jogo fácil de admirar por sua ambição e charme, mas difícil de recomendar sem grandes ressalvas.
The Lonesome Guild
| Prós | Contras |
| Uma história genuinamente comovente e sincera, com fortes temas de amizade e comunidade. | O combate parece lento e sem resposta, com uma mecânica de esquiva particularmente frustrante. |
| Um estilo de arte de conto de fadas absolutamente lindo e designs de personagens encantadores. | Os sistemas de jogabilidade, incluindo combate e quebra-cabeças, são excessivamente simplistas e carecem de profundidade. |
| Um ambiente acolhedor e convidativo, complementado por uma trilha sonora eficaz. | A narrativa pode ser previsível, e a falta de dublagem prejudica os personagens. |
| O sistema de progressão baseado em relacionamentos é uma ideia única e tematicamente brilhante. | Questões que afetam a qualidade de vida, como a falta de um mapa permanente, tornam a exploração tediosa. |
