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Routine levou 13 anos para ficar pronto – E ainda assim se manteve atual

No tempo que levou a produção, gerações inteiras de consoles nasceram e morreram. Algo envelheceu no título de terror de ficção científica?
Routine

Imagine começar um trabalho, piscar os olhos e perceber que 13 anos se passaram. Essa é basicamente a história do desenvolvimento de Routine, o jogo de terror de ficção científica da Lunar Software que nos intrigou pela primeira vez em 2012.

O título desapareceu, reapareceu, mudou de motor e finalmente chegou às nossas telas em dezembro.

No tempo que levou para fazer este jogo, gerações inteiras de consoles nasceram e morreram.

Por exemplo, tivemos Alien: Isolation, SOMA e um remake de Dead Space. O padrão para ‘estações espaciais assustadoras’ foi significativamente elevado.

Então, Routine se mantém atual? Surpreendentemente, sim — mas parece uma relíquia. É um jogo que o tempo esqueceu.

Uma visão intransigente do terror que se recusa a segurar sua mão. É bonito, aterrorizante e profundamente frustrante, muitas vezes tudo ao mesmo tempo.

Estética: tecnologia dos anos 80 em 4K

A primeira coisa que você notará é o visual incrível de Routine. O jogo roda no Unreal Engine 5, mas em vez de hologramas brilhantes e futuristas, há o ‘futuro’ como imaginado em 1980.

Estamos falando de monitores CRT robustos, teclados satisfatoriamente clicáveis e plástico bege por toda parte. É o ‘futurismo das fitas cassete’ em sua melhor forma, com forte inspiração em Alien e 2001: Uma Odisseia no Espaço.

A iluminação é um elemento importante deste lançamento de dezembro. A base lunar, Union Plaza, é escura. Muito escura.

Em resumo, você ficará olhando para as sombras, rezando para que sua lanterna não acabe. O jogo tem um visual nítido e limpo, rodando suavemente em PCs modernos.

Isso torna a sujeira e o abandono tangivelmente reais. Você não está apenas caminhando por um nível; você está invadindo um túmulo.

O som do silêncio (e dos robôs)

Se os visuais são atraentes, o som vai fazer você querer sair — dito da melhor maneira possível. O design de áudio é opressivo. Não há música para dizer como você deve se sentir.

Há apenas o zumbido da estação e os passos pesados e assustadores dos robôs ‘05’ que estão te caçando.

A trilha sonora, composta por Mick Gordon (antes de ele sair) e finalizada por Nathaniel-Jorden Apostol, é uma aula magistral de tensão.

São apenas zumbidos baixos e ruídos industriais que se misturam perfeitamente com o ambiente. Você precisa ouvir para sobreviver.

É um cano de vapor chiando ou um robô ao virar da esquina? Você vai se pegar prendendo a respiração na vida real só para ouvir melhor.

C.A.T.: seu único amigo

Você não tem um HUD em Routine. Em vez disso, você tem a Cosmonaut Assistance Tool, ou C.A.T. Trata-se de um dispositivo multifuncional e desajeitado que serve como lanterna, mapa e arma de choque alimentada por bateria.

A genialidade do C.A.T. é como o força a se envolver com o mundo. Quer verificar o mapa? Você precisa olhar fisicamente para a pequena tela do dispositivo. O que significa que não pode ver o que está à sua frente.

Precisa abrir uma porta? Vai precisar usar o modo ‘Ultraview’ para rastrear fios através das paredes. Isso cria atrito.

Tudo leva tempo, e tempo é algo que você não tem quando um robô está avançando em sua direção.

Jogabilidade old school grind

É na jogabilidade que Routine mostra a idade. É um jogo que te odeia um pouco. Não há marcadores de objetivos. Você precisa ler as placas na parede para descobrir para onde ir.

Se você não perceber um pequeno fusível em uma mesa, poderá ficar vagando por uma hora.
A furtividade é básica. Você se agacha, se esconde, espera. Os robôs seguem caminhos definidos.

Então, depois que você os aprende, eles deixam de ser assustadores e passam a ser obstáculos irritantes.

E se você morrer? Você é enviado de volta a um ponto de verificação que pode ter sido há 20 minutos.

É punitivo de uma forma que os jogos modernos raramente são. Exige paciência e observação, punindo qualquer um que tente se apressar.

Veredicto – Routine

Routine é um jogo fora do tempo. É um mundo incrivelmente bem realizado que se recusa a modernizar sua jogabilidade, para o bem ou para o mal.

É um título obrigatório para fãs de terror atmosférico que sentem falta dos dias em que os jogos não diziam exatamente o que fazer.

Mas esteja avisado: é um jogo lento e estressante. Não se trata de revidar, mas de sobreviver a um turno em um lugar que quer você morto.

Routine
PrósContras
Atmosfera incrível: a estética de ficção científica dos anos 80 é perfeitamente executada com visuais impressionantes da UE5.Navegação frustrante: a ausência de marcadores no mapa significa que se perder é uma ameaça constante e, às vezes, tediosa.
Áudio aterrorizante: o design de som é envolvente e crucial para a sobrevivência.Furtividade básica: a IA dos inimigos é simples e previsível, levando a jogos repetitivos de espera.
IU única: a ferramenta C.A.T. é uma maneira brilhante de manter o jogador conectado ao mundo.Pontos de verificação punitivos: morrer pode significar repetir grandes partes do jogo lento.
Ótima otimização: roda suavemente no PC, com aparência nítida e limpa.Sem ajuda: a falta de orientação afastará os jogadores acostumados às conveniências modernas.

Formada em jornalismo pela Unicap-PE, escrevo sobre tecnologia blockchain e jogos há quatro anos. Tenho artigos publicados em Cointelegraph Jogos, Cryptonews Brasil e outros websites. Mas, antes de tudo isso, sou uma gamer old school que não perde uma oportunidade de desmarcar tudo para testar o beta de um jogo.