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REVIEW: Level Devil é um jogo para (des)estressar e dar risada

Só há 3 comandos: andar para a direita, esquerda e pular. Mas a simplicidade esconde desafios quase intransponíveis.
Tela inicial do jogo mobile Level Devil

A ideia de Level Devil vai parecer familiar para quem já viu os famigerados vídeos do ‘Cat Mario’. Um jogo cujas regras mudam o tempo todo, deixando o jogador perplexo, com raiva e, muitas vezes, morrendo de rir.

Na jogabilidade, Level Devil é bastante simples. Só há três comandos: andar para a direita, andar para a esquerda e pular. Ou seja, é um jogo de plataforma no estilo Super Mario com gráficos 8 bits bem minimalistas.

Só que a simplicidade esconde desafios quase intransponíveis.

Ao contrário de um jogo de plataforma tradicional, este game sempre tenta surpreender o jogador com armadilhas que aparecem do nada, plataformas que mudam de lugar e até comandos que mudam de função.

Isso poderia ser um pesadelo de game design, mas não é. Os desafios são difíceis, mas superáveis. O que o jogo exige é adaptabilidade. Muita adaptabilidade e improviso.

O Soulslike dos plataformers

Jogando eu não pude evitar comparar a minha experiência com aquela de um jogo soulslike. Até porque os cenários são tão imprevisíveis que grande parte das soluções exige decorar o que acontecerá na tela. É como decorar os movimentos de um boss em Dark Souls ou Elden Ring.

É claro que a comparação para aí, até porque esse modelo soulslike parece ser inesgotável, ao passo que a fórmula de Level Devil é mais cansativa.

Repetição

Se no começo é muito divertido cair em um buraco que não estava lá ou ver a saída de uma fase fugir de você, depois de um tempo isso fica repetitivo.

Quando a fase exige que você seja rápido para alcançar a saída ou que tenha que pensar fora da caixa para buscar uma solução, o jogo funciona muito. Porém, quando tudo o que uma tela oferece é você decorar o que vai acontecer acaba ficando mais chato mesmo.

Level Devil conta com inúmeras telas, são cinco por porta (ou lápide) no mapa das fases. Considerando o enorme número de fases, é claro que algumas telas são mais inspiradas e outras menos.

O problema é quando você está jogando há tanto tempo que a experiência dessas telas mais fracas se acumula e prejudica o sentimento do jogo em geral.

Boas risadas

Um colega me apresentou esse jogo dizendo que eu ia passar raiva. Felizmente, não é só isso que ele tem a oferecer.

A imprevisibilidade das telas tem um efeito cômico maravilhoso. Não me lembro de quando foi a última vez em que gargalhei tanto jogando um game.

São particularmente hilários os momentos de Level Devil em que você está quase chegando na saída da tela e um buraco se abre no chão faltando poucos pixels para chegar lá. Ou então espinhos surpresa brotam do chão.

Em uma era de jogos cada vez maiores e mais complexos, é bom curtir uma experiência simples, boba e despretenciosa às vezes. Vale lembrar também que um jogo mobile sem microtransações é uma raridade hoje em dia.

Veredicto

Level Devil é divertido apesar de repetitivo e tão simples que perca graça fácil. É o jogo de celular no espírito para o qual os jogos de celular nasceram. Uma grande surpresa vinda do relativamente desconhecido estúdio Unept.

Quer uma experiência memorável que vai mudar a sua vida? Fique longe deste game. Agora se quiser se divertir para passar o tempo na sala de espera do dentista, este jogo é para você.

As telas rápidas são perfeitas para jogar de modo casual e despretensioso. Assim como os poucos comandos. Ao mesmo tempo, a dificuldade torna o jogo interessante. Às vezes até viciante.

Melhor e pior Level Devil

PrósContras
Diversão despretenciosa.Repetição.
Desafio com muita imprevisibilidade.Telas de decoreba.
Boas risadas.

Repórter do Gameshub, sou formado em jornalismo pela USP e também escrevo para o 99Bitcoins. Minha vida gamer começou com um Atari e passou por um Mega Drive e todas as gerações do Playstation. Fã nº 1 do Hideo Kojima e entusiasta de RPGs.