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Review – Call of Duty: Black Ops 7 funde mecânicas de jogo em uma bagunça

Crítica detalha como a franquia decepciona na campanha, reaproveita ideias e se apoia no multijogador.
Call of Duty Black Ops 7

Call of Duty: Black Ops 7 é um título desconcertante na série.

Após reconstruir a boa reputação da franquia com Black Ops 6, os responsáveis ​​pela série decidiram repetir o mesmo erro justamente quando o jogo precisava ser bom. 

Em vez de construir um espetáculo patriótico e cheio de cenas marcantes, Black Ops 7 funde mecânicas de diversos modos do jogo em uma bagunça. 

Embora utilize elementos da trama de Black Ops 6, trata-se de uma espécie de releitura leve e superficial do jogo anterior, não sendo essencial para a experiência completa.

A campanha de Black Ops 7 é um desastre total

Call of Duty Black Ops 7

A campanha de Black Ops 7 é um desastre total que já levou muitos jogadores a abandoná-la.

Quase todos os aspectos me incomodaram, como se tivessem sido projetados para serem o mais irritantes possível.

É um jogo que exige conexão constante com a internet, e entrar em partidas solo é uma verdadeira tarefa árdua.

No entanto, Black Ops 7 apresenta alguns dos inimigos mais resistentes a balas que já vi.

Carregadores inteiros de munição são necessários para eliminar alguns dos inimigos mais difíceis, e a ação frenética que caracteriza a série se transforma em um verdadeiro pesadelo de barras de vida e estatísticas. 

O que deveria ter sido uma intensa cena de perseguição se transformou em uma série de três ou quatro arenas com funis onde os inimigos sugam toda a energia do ambiente.

Mesmo com melhorias nas armas e a introdução de elementos mais fantásticos, os inimigos continuam parecendo esponjosos demais.

Cada pequeno problema se torna um grande problema, porque o jogo dá a impressão de ter sido construído com peças de reposição.

Não há nada de grandioso neste jogo, já que é impossível realizar as campanhas cinematográficas de Call of Duty ou missões especializadas com quatro possíveis idiotas correndo por todos os lados. 

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Uma das primeiras missões coloca a equipe, liderada por Alex Mason, de Black Ops 2, em uma situação em que a infiltração é essencial.

Imediatamente, partimos para o ataque com tudo, porque alguém decidiu que correr para o meio da multidão com uma granada era a coisa certa a fazer.

Para ser justo, era mesmo, já que nos ajudou a superar o sofrimento de cada encontro de combate.

A equipe de Mason foi envenenada por essa névoa alucinógena, que faz com que seus chips cerebrais interligados tenham alucinações baseadas em seu transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

É aqui que o jogo se torna mais interessante, involuntariamente hilário e surpreendente. 

Gigante Michael Rooker

Black Ops 7 tem cenários incríveis, mas desperdiça tudo porque se resume a ser confinado a uma sala para enfrentar ondas de inimigos.

Todas as missões parecem iguais; em vez da trama internacional de intriga e espionagem que Black Ops oferece, o jogo se destaca.

Mesmo quando tenta adicionar elementos que desafiam a mente, esses momentos geralmente se resumem a salas para lutar contra hordas de monstros. 

Olha, Black Ops 7 tem uma luta contra um chefe gigante, tipo Godzilla, interpretado por Michael Rooker, que joga com Harper na campanha.

Essa luta em particular evidencia os vários problemas da campanha de Black Ops 7, que não tem peso nenhum. 

Não só tenho que me lembrar do personagem do Rooker de Black Ops 2, como também tenho que me importar quando a história se resume basicamente a esses caras citando frases do Jerry Bruckheimer e parecendo entediados.

Durante o combate, o jogador que interpretava o personagem do Rooker estava simplesmente lá conosco, lutando ao lado da gangue como se nada tivesse acontecido.

Eles nem se deram ao trabalho de inventar uma boa razão para isso. Aceite, não questione.

20 contra 20

O modo multijogador, como você provavelmente já ouviu ou leu, é o grande trunfo de Black Ops 7. Uma das principais novidades deste ano é o modo Skirmish, com 20 jogadores contra 20.

Nele, os participantes são lançados no vasto mapa da campanha e lutam por diversos pontos de controle.

É uma experiência realmente incrível, oferecendo um nível de diversão tática que o modo multijogador principal jamais conseguirá igualar. 

Ao renascer, cada jogador chega voando em um wingsuit, o que pode proporcionar momentos fantásticos para eliminar snipers ou surpreender um grupo de jogadores.

Em uma partida, um sniper havia se posicionado em uma torre alta, eliminando todos os inimigos e desaparecendo em seguida.

E não é que, enquanto eu esperava para renascer, uma nuvem de wingsuits com contornos azuis desceu sobre ele, arruinando completamente sua estratégia?

É caótico, mas não da forma como um jogo multiplayer comum costuma ser.

No entanto, o modo multijogador continua tão emocionante e confiável como sempre foi, como pipoca para o cérebro.

Quando entrei, já estava em um nível alto o suficiente graças ao novo sistema de pontos de experiência compartilhados, criando uma variedade enorme de armas para escolher.

Isso também significa que Black Ops 7 elimina aqueles níveis iniciais cansativos do multijogador, onde você fica sem opções diferentes para levar para as partidas.

Claro, para aqueles que querem dedicar seu tempo à campanha terrível ou ao modo Zumbis. 

Modo Zumbis de Black Ops 7

O modo Zumbis continua a aprimorar sua acessibilidade para novos jogadores ou jogadores casuais, sem deixar de oferecer a complexa mecânica de sobrevivência por ondas que os jogadores tanto apreciam.

Felizmente, a Treyarch pensou também em quem gosta de jogar sozinho, mantendo a função de salvar o jogo para que seja possível continuar de onde parou, em vez de ter que desistir completamente. Dito isso, é mais do mesmo. 

Black Ops 7 não tem o menor interesse em inovar, preferindo adicionar detalhes e pequenas mudanças que só os jogadores mais dedicados notariam. 

Considerações finais sobre Black Ops 7

Black Ops 7 pode até ter seus momentos divertidos, incluindo um modo de extração surpreendente, mas nada disso justifica o preço do jogo, a menos que você realmente precise tê-lo.

Uma decepção retumbante, e um alerta que deveria servir de lição para os responsáveis ​​pelo desenvolvimento. 

Call of Duty: Black Ops 7

PrósContras
Escaramuça é uma boa direção para o modo multijogador.Campanha cooperativa horrível, sempre online.
O modo multijogador ainda é divertido.Parece que isso poderia ter sido um DLC de expansão, em vez de um produto de 70 dólares.
Destrói toda a boa vontade do ano anterior.
Fora do modo Escaramuça, o modo multijogador permanece praticamente o mesmo.

Plataformas: PC, PS5, Xbox

Desenvolvedora: Treyarch, Raven Software    

Editora: Activision

Data de lançamento: 14 de novembro de 2025

Cássio Gusson é jornalista especializado em games, economia digital, fintechs e criptomoedas. Atua no CriptoFácil, CryptoNews e Cointelegraph Brasil. Colaborou com veículos de tecnologia e finanças, sempre abordando os impactos da inovação no mercado. Com mais de uma década de experiência em jornalismo, construiu sua carreira cobrindo temas como blockchain, ativos digitais, tokenização e o ecossistema de startups, tornando-se uma das vozes de referência no setor no Brasil.