Eu não sabia nada sobre Where Winds Meet quando o jogo apareceu na página da PSN. O título chinês gratuito chamou a atenção imediatamente com gráficos muito bonitos e tantas atividades possíveis que era até difícil de entender sobre o que ele era.
Depois de jogar o novo título, posso dizer que é sim uma mistureba de gêneros bem diferentes, mas funciona.
O game é um Massive Multiplayer Online RPG (também conhecido como MMO) de mundo aberto, mas com uma fortíssima influência dos jogos soulslike. E isso até mesmo nas interações online, pois os jogadores podem deixar mensagens uns para os outros e curti-las.
Tudo isso vem embalado em uma ambientação interessante, a China do século X, durante o turbulento período histórico das Cinco Dinastias e Dez Reinos.
A combinação de jogabilidade que pega algumas das principais tendências dos últimos anos em videogame com uma narrativa interessante na qual aos poucos vamos conhecendo o passado do protagonista faz de Where Winds Meet uma das mais gratas surpresas de 2025.
Combate divertido e variado
O combate de Where Winds Meet é onde se encontram as maiores referências soulslike. Ele é baseado em ataques normais, ataques com habilidades, esquivas e ‘aparadas’ (parry) em momentos específicos.
Na verdade, quem jogou outro game chinês, o fenômeno Black Myth: Wukong, vai encontrar algumas similaridades. A combinação de ataques fortes, fracos e especiais torna as lutas bastante dinâmicas, sem ficar tudo muito repetitivo.
Além disso, os inimigos podem ser moderadamente desafiadores (nada perto do que enfrentamos em Wukong, por outro lado). Quem decidir roubar o cavalo do NPC que você encontra na frente do povoado em que você tem um ringue e a primeira dungeon vai perceber isso.
Loucura, loucura, loucura
O jogo também tem momentos inusitados, para falar o mínimo. Seu personagem aprende tai-chi ao observar um urso e pode usar a técnica para enfrentar este urso. Logo depois, pode usá-la novamente para pescar, dando um golpe que joga os peixes no ar.
No jogo você poderá pescar, cavalgar, lutar, explorar, criar itens a partir de materiais coletados (crafting), fazer carinho em gatos, resolver puzzles, etc. São atividades secundárias o bastante para o jogador ficar engajado por bastante tempo na exploração.
A variedade também impressiona por ser um jogo gratuito. Claro que existem compras de itens cosméticos in-game e tudo o que você pode esperar, mas ele garante algumas horas de diversão sem que se pague nada por isso, algo que é inusual.
Boas opções de customização e interação
A criação de personagem também é interessante, com muitas opções de customização de aparência e vestimentas. Claro que isso faz sentido na monetização do jogo, visto que os jogadores são atraídos a comprar roupas mais bonitas.
No entanto, é um toque que mostra o refino, tempo e trabalho investidos para criar a melhor experiência possível.
Há também um grande debate nas comunidades gamers sobre o jogo ser um MMO ou não, pois não há outros jogadores correndo para cá e para lá na tela. Contudo, existem missões cooperativas, raids e outros elementos multiplayer, então a classificação vale pelo menos como um MMO light.
O ponto positivo é que mesmo assim quem gosta de jogar sozinho não perde nada. A história é engajante e existem atividades single player em quantidade suficiente para que ninguém precise cair de cabeça na ideia de jogar em grupo. É um ‘a mais’ para quem gosta disso.
A interface do jogo também denuncia este aspecto MMO, com a poluição visual que costuma acompanhar este tipo de game. Isso atrapalha um pouco quando se está jogando há muito tempo, pois os cenários são lindos.
Em suma, por mais que eu tenha jogado algumas poucas horas, o game surpreendeu positivamente. Where Winds Meet parece um daqueles fenômenos de ‘pouca mídia e muito videogame’ que pode se tornar um queridinho dos jogadores em algum tempo.
O jogo está disponível em diversas plataformas e foi desenvolvido pela Everstone Studio, que comemorou nas redes sociais mais de 9 milhões de jogadores em duas semanas.
