O que esperar do Playstation 6, segundo documentos vazados

Vazamentos indicam que o PlayStation 6 terá retrocompatibilidade com PS4 e PS5, preço sugerido de 499 dólares e até uma versão portátil.
Playstation 6

O PlayStation 6, ainda não anunciado oficialmente pela Sony, voltou a ocupar os holofotes após uma leva de vazamentos. Há detalhes de especificações de hardware, cronograma de lançamento e até mesmo uma suposta versão portátil que poderia acompanhar o console.

Os documentos, que teriam origem em fontes industriais de 2023 e vieram à tona através do canal Moore’s Law Is Dead, desenham um cenário em que a empresa japonesa aposta na eficiência e na retrocompatibilidade para dar o próximo passo em sua linha de consoles.

Enquanto isso, o cenário abre espaço para uma ofensiva híbrida no mercado dominado por rivais como Nintendo Switch e Steam Deck.

O que dizem os vazamentos do Playstation 6?

O PS6, que carrega o codinome interno de Orion, viria equipado com uma arquitetura baseada em chiplets da AMD, utilizando cerca de oito núcleos Zen 6 e entre quarenta e quarenta e oito unidades de computação RDNA 5, todas operando acima dos três gigahertz.

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Mesmo com menos unidades gráficas do que o PS5 Pro, o ganho de eficiência da nova geração compensaria, garantindo performance equivalente a quase três vezes a do PS5 original e o dobro da versão Pro.

Essa potência o colocaria na faixa de uma GPU RTX 4080 em termos de rasterização, o que já seria um salto considerável para uma máquina de consumo doméstico. Seria uma Ferrari surgindo para competir no mercado de games. Contudo, o console competiria de igual para igual com as outras Ferraris já existentes.

A memória seria GDDR7 com largura de banda entre 640 e 768 gigabytes por segundo, mantendo a fluidez necessária para jogos em 4K nativo e experiências cada vez mais próximas de 120 quadros por segundo.

Um dos pontos mais comentados do PlayStation 6 é que, apesar da potência, o PS6 não traria uma revolução absoluta, mas uma evolução sólida.

De acordo com os dados vazados pelo YouTuber e insider Moore’s Law Is Dead, o consumo energético estimado gira em torno de 160 watts, um número contido se comparado ao que se esperava de uma máquina dessa envergadura.

Portanto, o equilíbrio reforça uma estratégia parecida com a do PS4, quando a Sony priorizou acessibilidade e eficiência em vez de tentar competir diretamente em poder bruto com PCs de ponta.

O que esperar do Playstation 6, segundo vazamentos
(Imagem: YouTube; Moore’s Law Is Dead)

Retrocompatibilidade

Outro detalhe importante do PlayStation 6 é a retrocompatibilidade. Os documentos apontam que jogos de PS4 e PS5 rodariam no novo sistema, garantindo uma transição suave para a base de mais de 100 milhões de usuários da plataforma atual.

O vazamento vai além do console principal e traz à tona a possibilidade de um novo portátil. Sob o codinome Canis, também chamado de Robin Plus.

O dispositivo teria uma APU em processo de três nanômetros, equipada com quatro núcleos Zen 6C e entre doze e vinte unidades de computação RDNA 5, com consumo de apenas quinze watts.

Isso garantiria ao PlayStation 6 desempenho gráfico equivalente a cerca de metade de um PS5, o que já seria impressionante para um portátil.

O aparelho viria com dezesseis gigabytes de memória, suporte a ray tracing, tela sensível ao toque, feedback háptico, SSD M.2 e slot para microSD. O preço estimado ficaria entre quatrocentos e quinhentos dólares, tornando-o competitivo frente ao Switch 2 e ao Steam Deck.

Ideia de portátil não é nova para Sony

A ideia de um PlayStation híbrido não é exatamente nova. Desde o sucesso do Switch, analistas do setor apontam que seria natural a Sony tentar emplacar um produto que desse ao jogador mobilidade sem abandonar o ecossistema de consoles caseiros.

Se o rumor se confirmar, a empresa poderá retomar parte do espaço perdido após o fim do PlayStation Vita, que, apesar de elogiado, nunca atingiu números comerciais expressivos. Um portátil com a força da marca PlayStation e integração total ao PS6 pode ser a peça que faltava para consolidar a estratégia da companhia.

Outro ponto que chama atenção nos vazamentos sobre o PlayStation 6 é o cronograma de lançamento.

A produção em série estaria prevista para meados de 2027, com lançamento global entre o fim deste ano e o início de 2028, o que condiz com o ciclo de seis a oito anos que a Sony costuma adotar entre gerações.

Preço estimado do Playstation 6 também agrada

O preço sugerido de lançamento, segundo as fontes, ficaria na faixa de 499 dólares, repetindo a estratégia de equilibrar desempenho com custo acessível.

Isso coloca pressão direta sobre a Microsoft, que também deve preparar o sucessor do Xbox Series X para a mesma janela, e sobre a Nintendo, que já terá lançado o Switch 2 e provavelmente começará a trabalhar em seu sucessor.

Os reflexos no mercado seriam imediatos. A retrocompatibilidade e o preço moderado garantiriam uma transição suave, incentivando milhões de usuários do PS5 a migrar sem receio de perder suas bibliotecas.

O salto de performance permitiria que jogos atuais recebessem atualizações de qualidade gráfica enquanto novos títulos poderiam explorar ray tracing e mundos mais complexos.

A presença de um portátil integrado reforçaria uma estratégia híbrida, ampliando o alcance da marca junto a jogadores que hoje dividem sua atenção entre PC, Switch e dispositivos móveis.

Do lado da comunidade gamer, as reações já se dividem. Há entusiasmo pelo salto de desempenho. O que alimenta a expectativa é a promessa de um console capaz de competir com placas gráficas high-end.

Há quem tenha ceticismo

Contudo, também há certo ceticismo sobre se a Sony conseguirá manter o preço do PlayStation 6 baixo diante de custos de produção em processos tão avançados.

Outros lembram que a empresa ainda enfrenta dificuldades de logística herdadas da pandemia, como escassez de semicondutores, e questionam se a produção em larga escala poderá atender a demanda inicial.

No plano estratégico, a Sony parece ter decidido dobrar a aposta no hardware físico, em vez de acelerar uma transição para jogos em nuvem.

Enquanto rivais como Microsoft investem pesado em serviços de streaming, os rumores reforçam que a prioridade do PlayStation 6 continua sendo entregar uma experiência local robusta, com controle direto sobre hardware e software.

O posicionamento agrada ao público tradicional de consoles, mas levanta questões sobre o futuro a longo prazo, já que a nuvem tende a se expandir.

Saltos geracionais da Sony

O histórico também ajuda a contextualizar a estratégia. O salto do PS4 para o PS5 já havia sido marcado por um discurso de continuidade e retrocompatibilidade parcial.

Agora, a Sony parece consolidar a ideia de um ecossistema que não se perde a cada geração, algo que a Nintendo e a própria Microsoft também vêm buscando. O diferencial do PS6, se confirmado, será o equilíbrio entre potência comparável a PCs de ponta e preço competitivo, aliado a uma nova frente portátil.

Ainda é cedo para confirmar todos os detalhes do PlayStation 6, mas o quadro traçado pelos vazamentos é ambicioso e pragmático ao mesmo tempo.

Em vez de prometer uma revolução, a Sony parece preferir uma evolução firme, com ganhos reais de eficiência, foco na retrocompatibilidade e a novidade de um portátil capaz de dialogar com diferentes perfis de jogadores.

Caso tudo se confirme, a transição de PS5 para PS6 pode ser uma das mais suaves e, ao mesmo tempo, uma das mais ousadas da história da empresa.

Leonardo Cavalcanti é jornalista e atua na cobertura de games, apostas online e tecnologias emergentes aplicadas ao entretenimento. Também fala sobre blockchain, criptoativos e inovação financeira. Com formação acadêmica em Jornalismo pelo Mackenzie e trajetória no jornalismo digital, conecta o público gamer a tendências globais.