Call Of Duty encerrará lançamentos consecutivos – O que deu errado em CoD?

Durante anos, de 2005 a 2022, CoD manteve um ritmo inteligente, alternando desenvolvedores principais como Infinity Ward e Treyarch.
Call of Duty

A Activision está mudando a fórmula de Call of Duty com uma grande promessa. Em resumo, a de que não haverá mais lançamentos consecutivos de Modern Warfare ou Black Ops.

Durante anos, de 2005 a 2022, CoD manteve um ritmo inteligente, alternando desenvolvedores principais como Infinity Ward e Treyarch.

Ademais, alternando entre as vibrações de Modern Warfare e Black Ops (com a Sledgehammer entrando ocasionalmente). Basicamente, não havia dois MWs ou BOs consecutivos.

Então isso mudou. MW2 (2022) → MW3 (2023). Avançando: Black Ops 6 (outubro de 2024) → Black Ops 7 (14 de novembro de 2025).

Rumores surgiram de que MW3 começou como DLC antes de se tornar um título completo de US$ 70.

Brutal realidade do Call of Duty – Black Ops 7

Na verdade, o Black Ops 7 fracassou feio. Primeiramente, a campanha tem sido considerada uma das piores da série.

Além disso, somam um co-op confuso sem AI squadmates, a bobagem de estar sempre online, mapas reutilizados como Avalon e chefes constrangedores como demônios das árvores. (Aranhas voadoras?)

O modo multijogador é sólido, o Zombies brilha, mas e no geral? Basta navegar pelas mensagem e feedbacks de usuários para observar que há muitas críticas, principalmente negativas, no Steam.

O que os atingiu mais fortemente este ano foi o sucesso de Battlefield 6, que esmagou as vendas de outubro de 2025. Em resumo, foi o best-seller do ano em um mês, superando a receita total de BF1.

Admissão de culpa

Essa mudança parece um grito de ‘Nós erramos’ da Activision. Os lançamentos consecutivos pareciam expansões preguiçosas, matando a novidade.

Primeiramente, a direção da empresa promete ‘inovação significativa, não incremental’. Ademais, com a garantia de que não vai deixar BO7 desaparecer após um ano.

Começo sólido, mas o repórter James Davis, da equipe de Gameshub, aponta uma possível verdadeira solução. Abandonar os lançamentos anuais.

Battlefield esperou quatro anos após o fracasso de 2042 e lançou um monstro. Dê tempo aos desenvolvedores para iterar, a campanha matadora de BO6 foi destruída na sequência apressada.

Por que tanta gente diz que Call of Duty fracassou?

Ainda que esse fracasso de Call of Duty não tenha a ver com o aspecto financeiro, há falhas do projeto que saltam até aos mais fãs do título. A começar pela falta de inovação.

Durante anos, cada novo CoD trouxe mudanças mínimas. Para muitos jogadores, as campanhas ficaram mais curtas e previsíveis. Ademais, o multiplayer repetiu fórmulas já desgastadas.

Fala-se muito também que os mapas e modos deixaram de surpreender. Isso criou a sensação de que a franquia ficou estagnada.

Outro ponto bastante citado entre os críticos é justamente o excesso de lançamentos anuais. Lançar um jogo todo ano saturou o público e desgastou os estúdios.

Como consequência, há menos tempo para polimento, como jogos indo ao mercado inacabados. Ao final, há menos identidade entre os títulos.

O resultado foi uma sequência de lançamentos com ‘cheiro’ de produto apressado.

‘CoD passou a parecer mais uma loja’

Outra pedra no caminho do sucesso de Call of Duty foi a escolha por uma monetização agressiva. São críticas comuns na comunidade os bundles caros demais, skins e cosméticos com preços absurdos e Battle Pass repetitivo.

Para muitos, CoD passou a parecer mais uma loja do que um jogo. Falam também que Warzone domina tudo e como esse sucesso de Warzone trouxe efeitos colaterais. Entre esses, o balanceamento do multiplayer virou refém do Battle Royale.

Conteúdos e armas foram pensados primeiro para Warzone, depois para o restante. Não é de surpreender que jogadores tradicionais se sintam deixados de lado.

Um comentário que se repete entre as críticas do Steamer é que Warzone virou o ‘centro’ e os jogos principais perderam protagonismo.

Para completar a lista de motivos que explicam o fracasso de Call of Duty, é preciso citar os problemas técnicos e decisões controversas.

Netcode inconsistente, time-to-kill instável e matchmaking baseado em habilidade (SBMM) forçando partidas estressantes. Isso sem falar na interface confusa e bugs frequentes.

Esses fatores drenaram a boa vontade do público.

Não dá para negar também que a concorrência é mais forte. Enquanto CoD mantinha a mesma fórmula, outros jogos inovaram.

Por exemplo, Battlefield (quando acerta) oferece experiência mais caótica e aberta. Fortnite e Apex Legends dominaram o ambiente free-to-play.

Jogos táticos como Valorant e Rainbow Six Siege ocuparam outro nicho. No entanto, COD ficou no meio — sem ser o mais inovador em nenhum estilo.

Formada em jornalismo pela Unicap-PE, escrevo sobre tecnologia blockchain e jogos há quatro anos. Tenho artigos publicados em Cointelegraph Jogos, Cryptonews Brasil e outros websites. Mas, antes de tudo isso, sou uma gamer old school que não perde uma oportunidade de desmarcar tudo para testar o beta de um jogo.