Lançado em 1993, o jogo Doom revolucionou o mundo dos videogames ao misturar terror, ação e tecnologia de forma inédita.
Ele nasceu para MS-DOS, criado por id Software, e rapidamente se tornou um fenômeno com milhões de jogadores ao redor do mundo.
O que torna o Doom tão facilmente adaptável a outros ambientes é uma mistura de fatores.
Primeiro, seu código-fonte foi disponibilizado publicamente, o que abriu espaço para inúmeras versões alternativas.
Segundo, a arquitetura original do jogo exigia poucos recursos de hardware, o motor gráfico permitia rodar em máquinas modestas ou adaptadas.
Por fim, existe uma cultura hacker e experimental que lançou o mote ‘It runs Doom’, ou seja: se tem tela e CPU, provavelmente alguém já tentou rodar o jogo ali.
A seguir, veja os dez lugares mais inusitados nas quais o Doom foi executado, cada um reflete criatividade, desafio técnico e diversão.
Doom e seus ‘consoles’ inusitados
1. Teste de gravidez

Um programador adaptou a carcaça de um teste de gravidez para incluir tela e microcontrolador, permitindo rodar o Doom nessa plataforma incomum.
A façanha viralizou por misturar o cotidiano com a cultura geek.
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Esse experimento demonstra que até gadgets médica-domésticos podem virar base para games — embora não tenham sido concebidos para isso, o espírito maker tornou-se protagonista.
2. Bactérias fluorescentes como display

Pesquisadores construíram um display orgânico usando E. coli modificadas, transformando luz bacteriana em ‘pixels’ que exibem o Doom. É ao mesmo tempo arte, biologia sintética e videogame.
Esse tipo de experimento ajuda a mostrar como os limites entre hardware, biologia e software se aproximam e como o Doom funciona como plataforma simbólica nessa confluência.
3. Termostato inteligente doméstico

Um entusiasta portou o Doom para um controlador de temperatura residencial (um ‘smart thermostat’).
No local em que se definiria a temperatura da casa, o usuário passa a ver o inferno demoníaco em vez de números.
Essa adaptação revela o quão presente está o poder de processamento em objetos do “Internet das Coisas” e como o jogo serve serve como ‘teste de hardware’ criativo para IoT.
4. Osciloscópio de bancada

Em laboratório, o Doom foi transformado em visualização para os modos ‘XY’ de um osciloscópio: os traços que normalmente medem sinais viram gráficos e inimigos do jogo.
A cena combina nostalgia eletrônica com absurdo técnico.
Esse tipo de cruzamento entre hardware analógico/digital evidencia o quanto a lógica de renderização do Doom permanece robusta — e divertida para experimentos.
5. Bloco de notas (Notepad.exe) no Windows

Uma versão adaptada permite rodar o Doom dentro do próprio editor de texto do Windows. As linhas de texto funcionam como ‘pixels’ e a interação ocorre de forma criativa.
Mais do que truque de programador, este tipo de hack chama atenção para o poder simbólico que certos softwares tradicionais mantêm e como a informalidade da comunidade pode levar o jogo a ambientes inesperados.
6. Caixa eletrônico (ATM)

Uma versão do Doom foi portada para caixas eletrônicos que normalmente servem para saques bancários.
Botões originais, tela e hardware leve se tornaram palco para o demônio pixelado.
Além do espetáculo, a adaptação lança luz sobre riscos de segurança em dispositivos de longa vida útil ou com sistemas operacionais antigos, se pode rodar Doom, pode haver brecha ainda mais séria.
7. Câmera digital antiga

Modelos de câmeras digitais dos anos 1990 e início dos anos 2000, com processador embutido, tela e armazenamento, foram modificados para rodar Doom.
Essa adaptação destaca quão as fronteiras de ‘console’ e ‘dispositivo comum’ se diluíram, qualquer objeto que tenha ‘computador’ pode virar plataforma de jogo.
8. Impressora Canon hackeada

Um pesquisador de segurança chamado Michael Jordon, da Context Information Security, conseguiu executar o Doom em uma impressora Canon Pixma.
O feito aconteceu depois que ele explorou vulnerabilidades no firmware do equipamento, originalmente projetado apenas para imprimir documentos.
O especialista descobriu que o sistema interno da impressora usava Linux embarcado e possuía memória, processador e acesso à rede.
Ele reprogramou o firmware, substituiu parte do código e conseguiu exibir o Doom diretamente no pequeno painel de status do dispositivo.
9. Touch Bar do MacBook Pro

A barrinha sensível ao toque dos MacBooks foi palco de uma versão miniatura do Doom. A resolução é mínima, a jogabilidade reduzida, mas o feito técnico ganhou destaque.
Esse exemplo mostra que mesmo interfaces concebidas para tarefas auxiliares podem se tornar palco de experimentos lúdicos e reforça o ‘qualquer tela basta’.
10. Dentro de uma calculadora gráfica

Um dos experimentos mais impressionantes envolveu calculadoras Texas Instruments, especialmente os modelos TI-83 e TI-84.
Alunos e entusiastas conseguiram portar o Doom para esses dispositivos de uso escolar, utilizando linguagens simplificadas e bibliotecas criadas pela própria comunidade estudantil.
O jogo roda com gráficos monocromáticos e controles limitados, mas ainda assim mantém o espírito original que é atirar, correr e sobreviver em meio ao caos digital.
Além disso, a energia da calculadora foi obtida com batatas.
