Google e a Epic Games, criadora do Fortnite, estão em uma batalha de gigantes.
O Google anunciou um pacote de mudanças profundas em seu sistema Android, em uma tentativa de reverter danos à sua imagem e reduzir tensões com desenvolvedores após anos de disputas judiciais.
A medida, vista por analistas como um movimento estratégico para conter o avanço da Epic Games.
Ela ocorre logo depois que a empresa perdeu mais uma batalha judicial na Austrália por práticas anticompetitivas.
O acordo preliminar firmado entre o Google e a Epic Games pode encerrar uma longa disputa nos tribunais dos Estados Unidos.
Na prática, o Google se comprometeu a liberar lojas de aplicativos de terceiros, permitir pagamentos alternativos fora da Play Store.
Além disso, vai reduzir as taxas cobradas de desenvolvedores, que antes chegavam a 30%. As novas tarifas variam entre 9% e 20%, dependendo do tipo de transação.
Essas medidas representam uma mudança radical na política do Android, que por anos foi criticada por dificultar a concorrência e limitar a liberdade dos criadores de aplicativos.
O pacote de concessões surge em meio a uma pressão crescente de órgãos reguladores e ao fortalecimento do discurso da Epic sobre a necessidade de plataformas mais abertas.
Google x Fortnite

O embate entre Google e Epic Games começou em 2020, quando a desenvolvedora de Fortnite processou o gigante da tecnologia nos EUA.
A Epic acusava o Google de impedir o download de apps fora da Play Store e de fechar acordos financeiros com empresas para evitar que criassem suas próprias lojas.
A prática, segundo a denúncia, distorcia a livre concorrência e impunha barreiras artificiais a novos entrantes no mercado.
Agora, o novo acordo pretende corrigir essas distorções.
O Google promete não apenas mudar seu modelo nos Estados Unidos, mas estender as mesmas regras para outros países até junho de 2032.
Apesar disso, a proposta ainda precisa da aprovação do juiz responsável pelo caso, que deve avaliar os termos em audiência marcada para esta semana.
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Caso o acordo seja homologado, a iniciativa poderá redefinir o futuro da distribuição de aplicativos no Android.
Com mais lojas disponíveis e taxas menores, o impacto tende a beneficiar consumidores e desenvolvedores.
A expectativa é que os preços de aplicativos e itens virtuais caiam, já que a concorrência tende a se intensificar.
Vitória da liberdade digital
Enquanto o Google tenta se reposicionar, a Epic Games celebra a conquista como uma vitória histórica para a liberdade digital.
O CEO da empresa, Tim Sweeney, afirmou nas redes sociais que o acordo ‘reforça o propósito original do Android como uma plataforma aberta’.
Além disso, ele destacou que o movimento contrasta com o modelo fechado da Apple, que segue em litígio com a Epic sem sinais de acordo.
O Google, por sua vez, afirmou em comunicado que continuará ‘avaliando os próximos passos’ e revisando suas políticas ‘para fortalecer o ecossistema Android e ampliar as opções para consumidores e criadores’.
Nos bastidores, a iniciativa é vista como um gesto calculado para conter o crescimento da Epic Games, que, com o sucesso global de Fortnite, se tornou uma das principais vozes contra o poder das big techs.
Para muitos analistas, o movimento é também uma tentativa do Google de impedir que o Fortnite se torne um modelo alternativo de distribuição digital, capaz de atrair outras desenvolvedoras descontentes com o sistema tradicional.
Desse modo, a guerra entre as duas gigantes está longe do fim, mas o novo capítulo indica uma mudança de direção.
O Google tenta derrubar o símbolo da rebeldia corporativa com um pacote de bondades que promete mais liberdade, menos taxas e mais opções, mas o mercado observa com cautela.
Resta saber se essa abertura representa um verdadeiro compromisso com a inovação ou apenas uma jogada para manter o controle sobre o império dos aplicativos.
