The Knightling, do estúdio holandês Twirlbound, é uma delícia de jogar, mesmo que tenha alguns pontos meio apagados. É um RPG com áreas abertas e várias atividades, mas que traz um diferencial interessante por causa do movimento e do foco no escudo adotado pelo Knightling.
Você controla o Knightling de Sir Lionstone, um pequeno e simpático guerreiro que é jogado na aventura quando Lionstone desaparece. Com apenas um escudo e um bilhete como pistas, o Knightling precisa ser engenhoso e astuto para resolver o mistério.
O mistério que prende a atenção

A trama é simples, mas funciona bem quando existe uma boa linha condutora. O sumiço de Sir Lionstone é intrigante o bastante para me puxar pelas várias fases de quebra-cabeças e encontros do jogo, ajudado pelo clima geral da aventura.
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Adoro como o jogo é encantador e leve sem nunca cair no exagero açucarado. Não tem fadas irritantes, apenas a voz tranquila do escudo.
Magnustego, o escudo, começa a falar em certo ponto da história, soltando piadas e comentários. A maior parte dos personagens se comunica naquele estilo abafado — tipo Kenny de South Park — já que todos usam capacete. Mas Magnustego tem dublagem completa, o que ajuda a preencher lacunas sobre o mundo enquanto você explora.
Achei que a repetição das falas fosse cansar, mas não: os comentários aparecem só de vez em quando, o suficiente para não incomodar e nem dar vontade de desligar o som.

E ainda bem, porque a trilha sonora é uma das melhores partes. O jogo incentiva a curiosidade de explorar cada canto, e a música acompanha essa energia: flautas e melodias leves embalam a aventura, completando o clima.
Contra as feras

Durante a jornada, você encara combates que não são muito profundos. No início, há só um combo básico de três golpes, mas depois entram aparos e golpes especiais que gastam uma barra de energia.
O combate só fica realmente desafiador quando muitos inimigos te cercam — e eles adoram fazer isso. Pressionar o direcional para baixo permite se curar, desde que haja comida estocada, mas às vezes esse comando falhou comigo, me forçando a recuar.
É também aquele tipo de jogo em que você logo percebe se vale mais a pena tentar aparar ou apenas desviar e bloquear. Nunca acertei muito bem o timing, já que dependia só das animações dos inimigos. Um brilho extra ou sinal visual ajudaria bastante a tornar os aparos mais acessíveis.

Falando em acessibilidade, a solução da Twirlbound para um puzzle de cores é excelente. Em vez de usar filtros, eles descrevem em texto qual alavanca acionar, sem entregar a solução inteira. Foi útil até para mim, que não sou daltônico.
Missões secundárias ou missões entediantes?

O grande problema do jogo está nas quests. Muitas delas são variações de leva-e-traz: vá ao ponto A, depois ao ponto B, pegue um item e volte. Mesmo quando muda um pouco, a estrutura acaba sendo basicamente a mesma.
Gostei de alguns personagens, mas em várias missões entrei no modo piloto automático. The Knightling não inova muito nesse aspecto, apenas aplica sua estética única por cima de sistemas já conhecidos. Sem esse estilo artístico marcante, correria o risco de passar despercebido.
O segredo está no escudo
Apesar disso, o escudo garante uma identidade única. Não serve apenas para bater nos inimigos: ele também faz parte da exploração. Dá para deslizar sobre ele ao pular e apertar o gatilho, o que torna divertido atravessar os campos abertos.
Descer uma colina deslizando, pular em um cogumelo elástico, escalar uma rocha e depois planar direto até o NPC da missão nunca deixa de ser divertido. Assim como em Sword of the Sea, lançado recentemente, o movimento é o ponto alto do jogo. Em alguns momentos, cheguei a desejar que The Knightling fosse menos um RPG de áreas abertas e mais um puro jogo de plataforma.
Quando o jogo exige que você resolva puzzles de plataforma, o controle é tão preciso e fluido que dá vontade de ver a Twirlbound explorar isso ainda mais.

Puzzles que confundem
Alguns quebra-cabeças me deixaram frustrado. No caso de um puzzle de cor, perdi o item necessário porque estava escondido num canto escuro atrás de uma parede — e como há ciclo de dia e noite, ficou ainda menos visível.
Outros enigmas são bem explicados, mas achar a primeira peça que dispara a reação em cadeia pode ser cansativo. Um exemplo foi um pilar de energia escondido nas vigas de um teto: o jogo nunca sinalizou sua importância, e fiquei rodando até achar por acaso. Um pouco mais de indicação ajudaria bastante.
Review de The Knightling: o veredito
The Knightling sabe exatamente o que é, e dentro dessa proposta, entrega muito bem. Ele bebe das convenções modernas de RPGs de exploração e de jogos de plataforma, e eu gostaria que tivesse apostado ainda mais no segundo lado. Os controles são excelentes, e explorar o mundo é tão prazeroso que chega a ser frustrante quando o jogo te freia com tarefas repetitivas.
Apesar de alguns tropeços, The Knightling não se arrasta nem cansa, a não ser que você decida caçar cada coletável até o fim. Eu, pessoalmente, prefiro continuar escalando e deslizando de novo e de novo.
Nota: 3/5
Pontos positivos | Pontos negativos |
Movimentação excelente torna a exploração um prazer. | Missões secundárias pouco criativas e repetitivas. |
Visual e trilha sonora criam uma atmosfera aconchegante. | Alguns puzzles começam de forma confusa. |
Encanto e humor bem dosados, sem exagero. |
Plataformas: PC, Xbox Series X|S, PlayStation 5
Desenvolvedora: Twirlbound
Publisher: Sabre Interactive