História dos games: dos ‘dinossauros’ de menos de 8-bit ao cloud gaming

Da simplicidade dos 8-bit aos mundos imersivos do cloud gaming, confira a história dos games e o passado dos jogos eletrônicos

A indústria dos videogames percorreu um longo caminho desde os tempos simples dos gráficos 8-bit. O que antes era limitado a pixels grandes e músicas eletrônicas básicas, hoje se transformou em mundos virtuais de alta definição, com iluminação realista e interação em tempo real.

Antes do mundo conhecer gráficos 8-bit e aventuras, os videogames surgiram de forma experimental, em laboratórios e universidades. A história dos games começou muito antes dos controles modernos e das TVs coloridas.

Na década de 1950, engenheiros e cientistas começaram a explorar a possibilidade de usar computadores para entretenimento. Desse modo, em 1958, o físico William Higinbotham criou Tennis for Two em um osciloscópio.

O jogo mostrava uma simulação simples de tênis de mesa e foi exibido para visitantes do laboratório de Brookhaven, nos Estados Unidos.

Poucos anos depois, em 1962, o programador Steve Russell desenvolveu Spacewar!, considerado um dos primeiros jogos digitais. Criado no computador DEC PDP-1, o título permitia que dois jogadores controlassem naves espaciais em combates simples. Era o começo de um importante capítulo da história dos games.

O nascimento dos arcades na história dos games

O grande salto aconteceu em 1972, quando a Atari lançou Pong, um jogo eletrônico simples de tênis que se tornou febre nos fliperamas. O sucesso foi tão grande que rapidamente inspirou outras empresas a entrarem no mercado.

No mesmo ano, a Magnavox lançou o Odyssey, considerado o primeiro console doméstico da história dos games. Sem gráficos avançados ou som, ele usava cartões de sobreposição para simular cenários na TV. Apesar das limitações, o Odyssey mostrou que o videogame poderia ser parte da vida familiar.

Ao longo da década de 1970, os arcades ganharam força, com títulos como Space Invaders (1978) e Pac-Man (1980) dominando shoppings e bares. Esses jogos ajudaram a criar uma cultura gamer nascente, marcada por disputas de pontuação e filas diante das máquinas.

A consolidação nos anos 1980

A transição para os anos 80 trouxe consoles mais potentes, como o Atari 2600, que popularizou cartuchos intercambiáveis. Essa inovação permitia que o jogador tivesse vários jogos sem trocar de aparelho.

Títulos como Pitfall!, Adventure e versões caseiras de Space Invaders mostraram que o mercado estava em plena expansão. Porém, a saturação e a queda na qualidade dos lançamentos levaram à crise dos videogames de 1983, quando as vendas despencaram nos Estados Unidos.

Foi nesse cenário que a japonesa Nintendo entrou com força, lançando o Nintendo Entertainment System (NES) em 1985. Com controle direcional, jogos de qualidade e personagens carismáticos, o NES revitalizou a indústria.

Super Mario Bros., The Legend of Zelda e Metroid estabeleceram padrões que ainda influenciam o design de jogos.

Enquanto isso, a Sega buscava seu espaço com o Master System, que oferecia gráficos e som de alta qualidade para a época, conquistando fãs em diversos países, especialmente no Brasil.

A corrida pela potência gráfica

Logo, a história dos games nos leva ao avanço da indústria para a era 16-bit, com consoles como o Super Nintendo e o Sega Mega Drive. A melhoria gráfica foi notável, assim como a complexidade dos jogos. Músicas mais elaboradas, sprites detalhados e histórias mais imersivas surgiram, marcando uma geração inteira.

No entanto, o salto para 32-bit e 64-bit na década de 1990 foi um divisor de águas. O PlayStation e o Nintendo 64 trouxeram os primeiros mundos totalmente tridimensionais. Games como Super Mario 64 e Final Fantasy VII provaram que os games poderiam contar histórias complexas e oferecer liberdade de movimento nunca vista antes.

Com a chegada dos anos 2000, a história dos games passa pelos 128-bit, que elevaram o patamar. O PlayStation 2, o Xbox original e o Nintendo GameCube apresentaram gráficos realistas para a época e bibliotecas extensas.

Foi nessa fase que a indústria começou a explorar intensamente modos multiplayer online, preparando o terreno para um futuro conectado.

Na sequência da história dos games, vieram gerações com processamento equivalente a PCs avançados, como o Xbox 360, PlayStation 3 e Nintendo Wii. Esses consoles popularizaram o HD, ampliaram os recursos de jogo online e introduziram experiências de movimento, como o Wii Remote e o Kinect.

Do realismo ao ultra-realismo

Logo após, o PlayStation 4, o Xbox One e o Nintendo Switch elevaram o padrão para resoluções 4K e experiências híbridas.

A evolução não ficou apenas no visual e a inteligência artificial dos jogos se tornou mais sofisticada, a física ficou mais realista e os mundos abertos cresceram de forma impressionante. Tudo isso marcou definitivamente a história dos games.

Hoje, com o PlayStation 5, Xbox Series X|S e a expansão dos PCs gamer de alto desempenho, estamos em uma era em que ray tracing, carregamentos quase instantâneos e áudio 3D são realidade. Os consoles se aproximam do que antes era exclusivo de computadores de ponta.

Cloud gaming

Paralelamente ao avanço do hardware, surgiu o cloud gaming, modelo que permite jogar via streaming sem necessidade de um console potente. Plataformas como Xbox Cloud Gaming, GeForce NOW e Amazon Luna permitem acessar títulos de última geração em smartphones, TVs e notebooks modestos.

Essa mudança quebra a barreira do hardware. O jogador não precisa mais investir em um equipamento caro para rodar games com gráficos avançados. A promessa é democratizar o acesso, embora ainda haja desafios, como a dependência de internet rápida e estável.

Além disso, a revolução dos jogos não acontece apenas nos consoles tradicionais. Dispositivos como o Meta Quest 3, o Apple Vision Pro e o Nintendo Switch estão ampliando o conceito de jogar.

No caso do Meta Quest, a proposta é oferecer realidade virtual sem fios, com uma biblioteca crescente de jogos e aplicativos sociais. Com rastreamento de mãos, gráficos otimizados e recursos de realidade mista, ele mostra como os games podem ir além da tela, colocando o jogador no mundo virtual.

O Apple Vision Pro aposta em realidade aumentada e mista, unindo produtividade e entretenimento. Embora não seja um dispositivo exclusivo para jogos, já existem títulos e experiências interativas otimizadas para ele.

A imersão define a história dos games. Afinal, é reforçada por telas de altíssima resolução, áudio espacial avançado e integração com ecossistemas de games por streaming.

Já o Nintendo Switch se consolidou como um híbrido que une portabilidade e desempenho. Com a possibilidade de jogar tanto no modo portátil quanto conectado à TV, ele trouxe uma versatilidade que conquistou milhões de usuários.

Sua biblioteca conta com títulos icônicos como The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Mario Kart 8 Deluxe, além de receber adaptações de grandes franquias que antes eram exclusivas de consoles de mesa.

Sou um redator de conteúdo criativo com quatro anos de experiência nos setores de marketing e economia digital. Tenho artigos publicados em Cointelegraph Jogos, Cryptonews Brasil e outros websites. Mas, antes de tudo isso, sou um gamer madrugador old school que não perde uma oportunidade de desmarcar tudo para testar o beta de um jogo.